Agô, tudo bem?

Eu sou de Salvador com raízes em Feira de Santana, que também é minha casa, e digo com brilho nos olhos do orgulho que tenho de pertencer ao Nordeste. E foi nesse lugar, no interior da Bahia, que conheci uma das coisas que mais me definem, o samba de roda, um ritual onde a gente aprende sobre respeito, sobre ancestralidade, sobre alegria, gingado, sagacidade e inteligência.

Sempre tive interesse em tecnologia da informação aplicada em causas sociais. Acredito que a computação é um poderoso meio para ajudar as pessoas na transformação de suas realidades. Desde que, esteja alinhada com processos educacionais que, no mínimo, questionem práticas colonizadoras de indivíduos e culturas. Ser uma mulher negra dentro da área de tecnologia da informação e trabalhar em prol da popularização desses conhecimentos está muito relacionado ao esforço de sobrevivência de comunidades negras de uma forma geral - que é sobreviver e viver coletivamente.

Existe um consenso social dos locais onde a nossa presença é concebível ou não, mas para além de falar da sensação de não-lugar que nos é imposta, é importante ressaltar um aspecto de confiança. Quando a gente entende a grandeza da nossa história, de todas as estratégias que as nossas avós, mães e tias, tiveram que construir para criar as oportunidades de estudo que temos hoje, fica mais evidente que a gente tem a inteligência e a capacidade de estar e ocupar qualquer lugar, qualquer área do conhecimento, afinal, como eu costumo dizer, não existe algoritmo mais avançado do que o algoritmo de sobrevivência da criança que é preta e pobre. No fim, o meu trabalho sobre tecnologia e educação é norteado pelos valores da minha comunidade - estratégia, afeto e prosperidade coletiva. E a partir disso fui trilhando as formações e projetos.

Percursos, Trabalhos e Experiências

Na graduação em Sistemas de Informação (UNEB), me debrucei sobre a análise de tweets com tendência a discurso de ódio contra negros e mulheres, já no mestrado em Ciências da Computação (UFCG) busquei entender e caracterizar a comunidade ao redor dos dados abertos governamentais sobre a educação brasileira, em uma perspectiva da transparência pública e tecnologia cívica.

Em outros projetos e formações tive experiência com os temas: Hackathons e Tecnologia Cívica, Criação e Implantação de área Business Intelligence; Extração, Processamento e Análise de Dados; WEB Crawlers e sistema para transparência pública em Python; Mulheres negras, narrativas e tecnologias para governos abertos; Libertação contínua de dados públicos; Ensino de Programação e Tecnologia; Golang; e Combate ao discurso de ódio online - esses projetos foram relacionados com organizações como: Olabi, Transparência Brasil, DataLabe, DadosjusBR, Safernet, Ministério Público do Rio de Janeiro, Ministério Público da Paraíba, TCE-PB e Laboratório Analytics - UFCG.

Atualmente trabalho como Engenheira de Software, participo de comunidades de incentivo ao protagonismo de mulheres na área de tecnologia como PyLadies Paraíba e PyLadies Salvador. E também atuo no SoteroLab: Laboratório Soteropolitano, de raiz periférica, compromissado social e politicamente na discussão e produção de conhecimentos sobre tecnologias da informação.

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